"Amazônia: Casa Comum", um projeto de oração, escuta e acompanhamento do Sínodo
Andressa Collet - Cidade do Vaticano
Uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (20), nas dependências da Rádio Vaticano – Vatican News, apresentou um projeto intitulado “Amazônia: Casa Comum”, que irá acompanhar o Sínodo Amazônico de outubro, no Vaticano. Uma série de eventos, inclusive com a participação de líderes indígenas e padres sinodais, vai procurar trazer a realidade da Amazônia para a Europa – o que muitos não conhecem.
Um calendário de 130 atividades já está disponível no site oficial da organização, que leva o mesmo nome do projeto. São eventos que percorrem cinco pilares importantes para conseguir seguir o Sínodo Amazônico: o território, os direitos humanos, os povos isolados, as mulheres missionárias e a abertura ao diálogo e ao confronto. Como insistiu o Irmão Antonio Soffientini, da secretaria executiva do Amazônia: Casa Comum, o projeto será “um espaço de escuta, de acompanhamento e eclesial – e por isso se insere como um espaço aberto para a reflexão e a oração”.
A origem: Tenda dos Mártires de Aparecida
Ir. Antonio, então, explicou que a origem da iniciativa partiu da Tenda dos Mártires, promovida durante a V Conferência de Aparecida de 2007, “local inclusive muito frequentado naquele período por Jorge Bergoglio”. Segundo ele, o Amazônia: Casa Comum representa o primeiro fruto do Sínodo e traz experiências típicas vividas pela comunidade católica da América Latina, já que será um espaço de “escuta” e “acompanhamento” – o que muito lembra as peregrinações e romarias dos latino-americanos.
Projeto é forma de oração e caminho
Esse acompanhamento da Igreja, segundo o Pe. Michael Czerny, secretário especial do Sínodo para a Amazônia, “é o que as comunidades pedem, para que não se sintam sozinhas”. Então, será uma continuação do processo de diálogo com eles, como aconteceu na preparação ao Sínodo, com as visitas internas à região da Amazônia. O projeto “é uma forma de oração e de caminho da Igreja para incluir os povos tradicionais”, finalizou Pe. Michael.
A iniciativa será um percurso conjunto que reúne entidades, instituições, associações, congregações religiosas e cidadãos através de centenas de atividades, que vão de momentos de espiritualidade – com vigílias de oração e missas – até exposição de fotos e encontros educativos, da universidade ao envolvimento infantil, já que está previsto um encontro pensado para explicar a realidade amazônica às crianças.
A presença dos indígenas na Itália
Os indígenas também se farão presente para fotografar fielmente a Amazônia em território italiano. O Pe. Massimo, missionário comboniano, natural da Itália, mas há 20 anos morando no Brasil, 13 deles trabalhando no Amazonas, explicou como será esse envolvimento cultural e histórico, não somente em atividades promovidas em Roma: os indígenas vão se deslocar a Nápoles para encontrar os universitários, mas também irão para o norte de Itália, onde já têm compromisso marcado na Catedral de Milão.
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