Papa em livro sobre terremoto na Itália: reconstruir nova história, sem esquecer a antiga
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco fez a introdução de mais um livro, desta vez, de autoria de Marcello Filotei, apresentado nesta sexta-feira (27) nas dependências da Rádio Vaticano. O Pontífice recebeu uma cópia da obra intitulada “O último verão. Memórias de um mundo que não existe mais”, durante a audiência de segunda-feira (23) que reuniu os funcionários do Dicastério para a Comunicação do Vaticano.
O romance retrata as dores e as esperanças que sobreviveram ao terremoto que destruiu a cidade de Arquata del Tronto, na região italiana de Marche, em 24 de agosto de 2016. Na própria introdução do livro, o Papa Francisco inicia contando sobre a sua visita a Pescara del Tronto, um distrito de Arquata com pouco mais de 100 habitantes, poucas semanas depois do sismo:
A esperança e a história pessoal do autor
O Papa, continua o texto, afirma que não consegue esquecer aquilo que viu durante a visita àquele lugar devastado pelo terremoto: “não esqueço a dor. Não esqueço o sentido de comunidade que unia e une aquele pequeno povo; e que Marcelo Filotei conta, marcado pela dor que atingiu a sua própria família, lembrando da sua corrida angustiante e ofegante terminada sobre os restos da casa natal, onde mãe, pai e irmã estavam presos entre os escombros. E somente a irmã se salvou”.
Ao lembrar da história pessoal do autor, o Pontífice recorda da importância de não “se fechar na tristeza e no medo”, mas de ter esperança no futuro através das recordações das próprias raízes que ajudam “a reconstruir uma nova história, sem esquecer aquela antiga”.
Misericórdia e responsabilidade de todos
Francisco, então, aborda o sentido de comunidade que a Igreja leva adiante naquela região, ajudando as pessoas “não somente com um gesto de misericórdia”, mas porque é um dever de justiça e responsabilidade de todos.
O Papa deseja que a obra de Marcello Filotei, cronista do jornal vaticano L’Osservatore Romano, possa contribuir a nos deixar sempre unidos para dar atenção a todos que, ainda hoje, sofrem as consequências do terremoto. “O Senhor nos convida a lembrar, a reparar e a reconstruir, não só os edifícios, e a fazê-lo juntos”, finaliza Francisco no texto que introduz o livro “O último verão. Memórias de um mundo que não existe mais”.
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