Papa, portador de paz e esperança em Moçambique, afirma missionário brasileiro
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Serão três dias de visita apostólica do Papa Francisco em Moçambique a partir desta quarta-feira (4). A população do país, um dos mais pobres do mundo, também tem sofrido com a força violenta da natureza. Em março, a cidade de Beira, a segunda maior de Moçambique, foi devastada pelo ciclone Idai, causando quase mil mortes. A visita do Pontífice até lá não foi incluída no programa porque, como sublinhou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, “a cidade está em plena reconstrução”. No entanto, será promovido um abraço com os fiéis de Beira “e o Papa vai se dirigir a eles”.
Só a presença de Francisco no país, afirma Pe. Devanil Ferreira, superior da missão dos Padres Oblatos de São José nas províncias de Tete e Nampula, ao norte de Moçambique, será um alento à população que vive de provações.
“Um povo muito sofrido, muita pobreza, muita desigualdade social. Eu acredito também que esse é um dos motivos pelo qual o Papa Francisco se coloca também aqui no meio de nós. Além disso, tantos acontecimentos do ano passado para este ano, como o furacão que chegue e destrói. O desejo era que o Papa visitasse outros lugares, não só a capital, pois gostaríamos que ele chegasse até a Beira, onde teve o furacão e fez grandes devastações e mortes. Mas, enfim, estamos unidos em oração com o Papa e há muito tempo estamos rezando por este momento que começa hoje e serão 3 dias de visita papal. Estamos felizes com a sua vinda, porque onde o Papa Francisco vai ele leva essa paz e encorajamento a todos os cristãos. Vamos pedir que também deixe esse sinal em cada um de nós, para viver o Evangelho com mais intensidade e sobretudo essa esperança desta paz que esperamos em Moçambique.”
A missão dos Padres Oblatos em Marara
Pe. Devanil é natural de Apucarana, no Paraná. Ordenado padre há mais de 20 anos, há 6 seis lhe foi concedido o desejo antigo de se tornar missionário na África. Ele trabalha na Paróquia Imaculada Conceição, no distrito de Marara, na Província de Tete, que conta hoje com quase 75 mil habitantes divididos em 19 comunidades.
Além da casa paroquial e da casa das Irmãs – que conta com duas missionárias brasileiras que trabalham com crianças dos 3 aos 5 anos de idade, a Congregação dos Padres Oblatos de São José atua junto ao hospital do distrito, à escola com 1700 alunos e ao internato masculino e feminino que recebe 129 internos (dos quais 50 são meninas). De fato, a Congregação, fundada por São José Marello, visa a educação cristã da juventude, a catequização e a evangelização.
Uma realidade que recebe a luz do Evangelho, através da doação e da caridade dos missionários, mas que carece de energia elétrica. No entanto, Pe. Devanil conta que a luz elétrica vai chegar para facilitar a rotina das famílias e instituições de ao menos 7 das 19 comunidades de Marara: “graças a Deus, depois de tantos anos, neste mês de agosto, iniciou a instalação da luz elétrica na comunidade. Então, 73 anos de paróquia sem eletricidade. Uma realidade difícil. O que era usado era gerador para as necessidades ou painel solar. Ao fim de setembro será ligada a energia.”
A presença do Papa que agrega os povos
Essa realidade da Província de Tete, distante cerca de 1500 Km da capital, é apenas uma de tantas no país, já mobilizada em orações pela visita do Papa Francisco. Pe. Devanil conta que cada diocese, assim com a dele de Marara, enviou 50 delegados para Maputo, onde estará o Pontífice. Uma presença que motiva a reunião de cristãos e de outras confissões religiosas, inclusive provenientes de países vizinhos.
“Aquilo que nós percebemos daqui em torno da comunidade cristã, mas não só, também de pessoas que pertencem a outros cultos e Igrejas. A presença do Papa agrega e une as pessoas. Cabe depois, do retorno do Papa a Roma, a continuidade daquilo que o Papa propõe e vem trazer e pede a todos os países e a todos os povos. Todas as pessoas vêm a Maputo e não só do país, aqui de Moçambique, mas também dos países vizinhos, tanto do Zimbábue, do Malauí, da África do Sul, de Botsuana, e até de países fora da África.”
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