Parolin na ONU: protejamos as florestas pluviais e seus habitantes
Cidade do Vaticano
A crise que se desencadeia após a “rápida destruição das nossas florestas, especialmente as pluviais, não é apenas ambiental, mas também social e principalmente ética”: A advertência é do cardeal Pietro Parolin lançada na segunda-feira (22) durante a reunião de Alto Nível no Palácio da ONU em Nova York, dedicada à proteção das florestas pluviais, com o objetivo de promover ações multilaterais “urgentes e duradouras”.
Preservar e educar para responsabilizar
“Todos reconhecemos - observou o purpurado - a importância das florestas para o mundo inteiro e para o futuro da humanidade. São o recurso renovável mais confiável ao mundo e são essenciais para o desenvolvimento humano integral”. Mas “em tempos de crescente urbanização – revelou o cardeal Parolin – a sua importância insubstituível é muitas vezes dada por certa e subestimada”. Por isso é de importância decisiva educar as pessoas para que considerem as florestas não “simplesmente como recursos a serem explorados, mas também como um santuário a ser cultivado e constantemente renovado”. Esta tarefa de proteção é cada vez mais urgente – alarmou o Secretário de Estado – diante da rápida destruição das florestas com “o desaparecimento de espécies animais e de equilíbrios vitais, que poderiam alterar todo o ecossistema”.
A destruição das florestas causa grandes sofrimentos
“Grandes sofrimentos derivam da absurda destruição das florestas” e quem paga o preço mais alto – denunciou o cardeal Parolin – são “os que dependem das florestas para suas casas, subsistência, tradições culturais e estruturas sociais”. Portanto “o cuidado da nossa casa comum e dos nossos irmãos e irmãs que moram naquela casa, devem caminhar juntos”, pediu o cardeal. “Precisamos de uma ecologia integral”, “balançando o uso responsável das florestas para o desenvolvimento econômico e social com a sua proteção e preservação para o bem de todos os que dependem dela e a cuidam para o bem da humanidade e das futuras gerações”. Por isso o purpurado recomenda que “as decisões para melhorar a gestão das nossas florestas devem ser com a plena e significativa participação dos que têm direitos e serão mais atingidos”.
O futuro dos povos indígenas é problema de toda a humanidade
O cardeal Parolin recordou também que daqui a duas semanas, dia 6 de outubro, abre-se no Vaticano o Sínodo dos Bispos para a região amazônica, que estará centralizado principalmente nos desafios eclesiais e pastorais daquela área. No Sínodo será dada particular atenção aos povos indígenas, às questões humanas, ecológicas, sociais e econômicas que estão impactando a região e que se referem a toda a humanidade.
Assim como vários outros importantes ecossistemas enfrentam graves ameaças, como a Bacia do Congo, as florestas pluviais do Sudeste asiático e outras florestas nacionais e territórios verdes.
A tutela do ambiente passa pela justiça social
Como sublinhou o Papa Francisco durante a sua recente viagem a Madagascar, país que desde 2001 perdeu 21 % das suas florestas: “não pode haver verdadeira abordagem ecológica nem uma ação concreta de salvaguarda do meio ambiente sem uma justiça social que garanta o direito ao destino comum dos bens da terra às gerações atuais, mas também às futuras”.
Uma abordagem integrada contra a pobreza e a exclusão
Sem dúvida, afirmou por fim o cardeal Parolin, devemos exigir “uma abordagem integrada e multilateral que combata a pobreza e restitua dignidade aos excluídos, e ao mesmo tempo proteja este precioso, indispensável e ameaçado dom”, que são as florestas pluviais.
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