Sínodo da Amazônia, Dom Cláudio Hummes: precisamos de uma Igreja inculturada
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A menos de três semanas começa o Sínodo Amazônico no Vaticano e a imprensa internacional se antecipa ao fazer a cobertura do evento que começa no dia 6 de outubro. A Rai Vaticano, redação que se ocupa de assuntos pontifícios dentro da empresa estatal de rádio e TV da Itália, traz no programa mensal “Viagem na Igreja de Francisco” deste mês de setembro um especial intitulado “Missão Amazônia”.
O programa, dirigido por Massimo Milone e Nicola Vicenti, vai ao ar na próxima segunda-feira (23) e pode ser visto por telespectadores locais, pelos canais abertos da Rai 1 e Rai História, e por quem vive no exterior pela Rai Internacional. Nas entrevistas especiais, a participação dos cardeais Cláudio Hummes, relator geral do Sínodo; Lorenzo Baldisseri, secretário-geral da assembleia dos bispos; e Pedro Ricardo Barreto Jimeno, vice-presidente da Repam.
Igreja de rosto amazônico
Numa antecipação do próprio diretor de TV, Massimo Milone, Dom Cláudio afirma para o programa que “a Igreja na Amazônia não pode errar”.
Sínodo: vida, território e diálogo cultural
O secretário-geral Baldisseri reforça o pensamento de Dom Cláudio dando números àquela realidade: “neste grande território existem 3 milhões de indígenas, uma parte que vive na floresta e outra nas periferias. Nós queremos dar uma resposta seja no campo da ecologia seja para as pessoas em sentido cristão".
Para o vice-presidente da Repam, a Rede Eclesial Pan-amazônica, aquela região, “como diz o Papa Francisco, é um espelho de toda a humanidade e representa tanto o grito da terra quanto o grito dos pobres. E é um convite para renovar o diálogo sobre o modo pelo qual estamos construindo o futuro do planeta”.
Os sons amazônicos em Roma
O Missão Amazônia também traz a mobilização da juventude em relação ao tema, através da Rede Internacional dos Jovens Católicos. Com o apoio da internet, o movimento recolhe adesões em todo o mundo para campanhas em defesa do meio ambiente. São mais de 650 organizações católicas parceiras à Rede, incluindo ordens religiosas, paróquias e milhares de cristãos.
O diretor executivo da Rede, Tomas Insua, explica ao Missão Amazônia que a encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco é a bandeira do movimento que, graças à internet, pode ser erguida em todo o mundo. “A palavra de ordem é ‘conversão’, na dimensão espiritual, no estilo de vida, na esfera pública. Uma mudança de coração. Mas, também, de gestos concretos”, afirma Tomas, em entrevista.
O diretor Massimo Milone antecipa uma dessas ações da Rede Internacional de Jovens Católicos que será desenvolvida durante o Sínodo Amazônico, intitulada “Sonosfera”. Na Via della Conciliazione, rua principal para se chegar ao Vaticano, os jovens vão apresentar uma reconstrução de sons provenientes da Amazônia.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui