“O povo precisa ter mais acesso aos Sacramentos, não só quando o padre chega”, afirma Dom Wilmar Santin “O povo precisa ter mais acesso aos Sacramentos, não só quando o padre chega”, afirma Dom Wilmar Santin 

Comunidades da Amazônia têm sede da Palavra de Deus

Para o Sínodo Amazônico que começa no domingo (6), Dom Wilmar Santin, um dos padres sinodais, afirma que irá “incentivar que toda a Igreja da Amazônia olhe com mais ênfase para a instituição de vários ministros, não só de Eucaristia, porque é uma maneira de envolver mais leigos e, ao mesmo tempo, suprir diretamente a necessidade do povo de receber os Sacramentos”.

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

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Dom Wilmar Santin, bispo da Prelazia de Itaituba, no Pará, é um dos 58 prelados brasileiros presente no Sínodo Amazônico que começa domingo (6), no Vaticano. Em entrevista, ele conta sobre seu trabalho realizado já há 8 anos naquela região, com os menos favorecidos, pobres e, “com um carinho especial e segundo forte recomendação do Papa Francisco, com os índios”.

Para o Sínodo que tem como tema “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, Dom Wilmar afirma que irá “incentivar muito que toda a Igreja da Amazônia olhe com mais ênfase para a instituição de vários ministros, não só de Eucaristia, mas como da Palavra, das Exéquias, do Batismo, do Matrimônio, porque é uma maneira de envolver mais leigos e, ao mesmo tempo, suprir diretamente essa necessidade do povo de receber esses Sacramentos”.

A formação de ministros na Amazônia

O bispo, então, explica como funcionam as etapas dos Ministérios que estão sendo introduzidos na comunidade indígena local, com o interesse fundamental de que “o povo seja melhor assistido e possa ter mais acesso aos Sacramentos, não só quando o padre chega”:

“Até há pouco tempo atrás, nós tínhamos instituído apenas ministros da Eucaristia, que ajudam nas missas e levam a Comunhão aos doentes. No momento, estamos fazendo um esforço muito grande para formar bons ministros da Palavra, também impulsionados pelo novo Documento da CNBB sobre a Celebração da Palavra e Ministros, e, assim sendo, para melhorar as nossas celebrações dominicais. Mas estamos começando com a formação de ministros das Exéquias, porque o padre não tem condição de acompanhar e fazer todas as Exéquias dos mortos das nossas cidades. Em relação aos índios Mundurukus, nós temos um projeto de chegar a ter diáconos permanentes índios. As etapas são pela instituição dos vários Ministérios. O primeiro é o Ministério da Palavra, que já foi executado e está sendo ampliado. O segundo Ministério será do Batismo, sempre com uma preparação e orientação, e depois a instituição. O terceiro será do Matrimônio. E, depois, os dois Ministérios necessários para a Ordenação Diaconal que é o Ministério do Leitor e do Acólito. E, lá na frente, vamos ter também diáconos permanentes índios.”

Sínodo Amazônico será evento de luz e evangelização

Dom Wilmar usa muito da experiência pessoal no contato com o povo, de onde sente que “eles têm uma fome muito grande para conhecer a Palavra de Deus”. O bispo acredita que o Sínodo vai gerar propostas importantes para a pastoral e a Igreja na Amazônia, não só na região brasileira, como em outros países da área amazônica.

“Experiências de todo o tipo que poderão nos ajudar a lançar luzes e despertar para fazer coisas semelhantes ou ter um insight pra fazer coisas novas, além do que o Sínodo nos propõe. Por exemplo, quando falo da instituição de 48 Mundurukus como ministros oficiais da Palavra, e que um está indo na aldeia do outro que não tem ministro para fazer a celebração da Palavra, está sendo, assim, para alguns bispos, uma novidade muito interessante. Enquanto que para nós é uma experiência já concretizada e realizada, que é normal, em outros lugares ainda não deram passos nesse sentido. Então, vai ser também, não digo uma uniformização, mas um alargamento de experiências positivas para toda a Amazônia, e não ficar restrita a uma diocese ou a um grupo de dioceses. Assim, então, vai ser luz pra todo lado!”

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03 outubro 2019, 13:55