Pastoral Penitenciária é tema de debate no Vaticano Pastoral Penitenciária é tema de debate no Vaticano 

O que veria e diria o Papa Francisco se visitasse uma prisão brasileira

O Padre Gianfranco Graziola, da coordenação da Pastoral Carcerária Nacional, está em Roma participando de um encontro sobre "O desenvolvimento humano integral e a pastoral penitenciária católica".

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral promove nos dias 7 e 8 de novembro um evento para debater os desafios da pastoral nas prisões.

"O desenvolvimento humano integral e a pastoral penitenciária católica" é o título do encontro internacional que se realiza na sede do Dicastério, no centro histórico de Roma.

O Dicastério reconhece a grande diversidade de situações e desafios que este ministério pastoral tem diante de si, com ênfase na atenção espiritual e material aos encarcerados, a suas famílias e aos que já descontaram a pena e regressaram ao convívio em sociedade. Todavia, sente a necessidade de oferecer maior apoio e diretrizes mais claras aos agentes pastorais.

Amasso de gente

A grande maioria das Conferências Episcopais já inclui a pastoral penitenciária entre os seus compromissos, como é o caso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.

Representando a Pastoral Carcerária Nacional participa do encontro em Roma o Padre Gianfranco Graziola, que em visita à Rádio Vaticano/Vatican News respondeu a uma pergunta : o que veria e diria o Papa Francisco se visitasse uma prisão brasileira ?

Acho que ele se assustaria. Certamente ele veria a dor, veria um amasso de gente. Os presos também são sujeitos de direitos, mas são tratados quase sempre pior do que os animais: vivem sem água muitas vezes, com a comida péssima. Por exemplo, numa cela encontramos gente que não sabe onde se colocar, sentados com o joelho praticamente na boca do outro. Vi isso em Mato Grosso do Sul, em várias regiões, em Pesqueira. Num cárcere com capacidade para 140 pessoas tinham 1400 pessoas, portanto dormiam em turnos. Certamente ele levantaria o grito grande, grande de que a ecologia integral, a casa comum, está violada. Está violada não apenas nas espécies animais, vegetais, na biodiversidade, mas no ser humano, na humanidade. É o que eu espero poder trazer novamente para ele neste encontro que terei.

Os participantes do encontro serão recebidos em audiência pelo Papa Francisco, no Vaticano, na sexta-feira (08/11).

Ouça a entrevista

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07 novembro 2019, 12:50