Stiglitz, Nobel de Economia: os mercados devem estar a serviço das pessoas, não o contrário
Sofía Lobos, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O evento sobre as “novas formas de solidariedade”, sediado nesta quarta-feira (5), no Vaticano, recebeu renomados representantes da economia mundial para analisar a situação vivida em vários países da América Latina. O próprio Papa Francisco pronunciou um discurso em que foi taxativo ao afirmar que a desigualdade pode ser vencida. “Um mundo rico e uma economia vibrante podem e devem acabar com a pobreza”, disse o Pontífice ao acrescentar que serve uma “nova arquitetura econômica internacional” que suporte o desenvolvimento dos países pobres.
Entre os relatores participantes, estava a diretora operativa do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, e ministros da Economia de países como a Argentina, México, Colômbia, Paraguai, Equador e El Salvador. Além de representantes da América Latina, o evento ainda reuniu expoentes da economia mundial, como Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001, economista-chefe do Banco Mundial e consultor do ex-presidente americano Bill Clinton.
O encontro teve o objetivo de elaborar propostas para uma melhor distribuição das riquezas. No decorrer das conferências, os relatores ressaltaram dois pilares fundamentais para construir um sistema econômico sustentável que não oprima as classes sociais mais pobres e que busque valorizar a pessoa humana: a fraternidade e a solidariedade, dois elementos que na sua natureza mais profunda são contrários a uma das principais causas que promovem a pobreza: a corrupção.
A crise econômica, ética e moral
O professor Stiglitz, um dos principais economistas críticos da gestão da globalização e do mercado livre, destacou em discurso que o sistema capitalista está em crise: “uma crise que se estende também em outros âmbitos, como a ética e a moral”.
Em entrevista ao Vatican News, o Nobel de Economia advertiu sobre os perigos e problemas que criam os sistemas econômicos que não colocam os mercados a serviço das pessoas, “mas as pessoas a serviço dos mercados” e, dessa forma, “enaltecem o comportamento individualista”.
As pessoas na linha de frente
Além disso, o professor assinalou que é essencial trabalhar começando pela educação, em sistemas alternativos que não tenham como premissa a ideia de idolatrar o dinheiro. “Devemos tratar de desenvolver programas e estudos em torno do conceito de economia circular (aproveitamento dos recursos através da redução, da reutilização e da reciclagem dos produtos) que contribuam a uma educação consciente da sustentabilidade ambiental que busca devolver ao ambiente o que pegamos dele”.
O Nobel de Economia finalizou que, para alcançar esse conceito:
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