A gratidão dos médicos estrangeiros ao Papa Francisco
Andrea De Angelis – Vatican News
“A entrada gratuita aos Museus Vaticanos para os médicos e agentes de saúde é só o último gesto de forte valor simbólico do Papa em relação a nós”, afirma Foad Aodi, presidente da União Médica Euro Mediterrânea (UMEM) e também da Associação Médicos de Origem Estrangeira na Itália (AMSI). Não somente neste período de emergência, acrescenta ele, “mas também nos últimos anos, o Pontífice mostrou toda a sua proximidade a nós, médicos, aos enfermeiros e aos agentes de saúde sem nenhum tipo de distinção”.
A partir da próxima segunda-feira (8) e durante uma semana, aqueles que trabalham nas instituições sanitárias públicas e privadas na Itália vão poder entrar gratuitamente nos Museus Vaticanos e nas Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, nos devidos horários de abertura. Para receber o ingresso, basta apresentar a carteira de reconhecimento da Ordem dos Profissionais ou das empresas onde trabalham. A promoção vale inclusive para um acompanhante.
O dever e os direitos
Em um momento particularmente difícil, muitas vezes os médicos e aqueles que trabalham no âmbito sanitário foram definidos “heróis”. Aodi, porém, recusa aquela que define “uma etiqueta”, enfatizando como essas pessoas estão simplesmente fazendo – e fizeram nas últimas semanas – o seu dever.
Os direitos, porém, não devem ser perdidos. O presidente das associações, que também está a frente da Comunidade do Mundo Árabe na Itália (COMAI), comenta que “os tantos médicos mortos pela Covid-19 também sofreram com aquelas carências que precediam a emergência, então, não queremos louvores por parte da política, mas instrumentos”.
A proximidade de Francisco
O presidente Aodi revela ainda que, nestas semanas, recebeu centenas de mensagens de pessoas que escreveram do mundo árabe, “da Terra Santa, do Golfo, manifestando todo o seu apreço pela proximidade constante e sincera do Papa Francisco”. O médico de origem israelita conclui dizendo que “precisam de intervenções concretas e de mensagens simples como aquelas em favor dos imigrantes sem permissão de residência na Itália, que normalmente têm medo de ir até o hospital. Nesta fase, é uma situação mais que nunca inadmissível”, afirma ele.
As intenções de oração na Santa Marta
Em mais de uma oportunidade a intenção de oração de Francisco na missa celebrada na Casa Santa Marta foi dirigida aos agentes de saúde. No último dia 20 de março, por exemplo, o pensamento foi para os médicos da região da Lombardia, “que estão dando a própria vida para ajudar os doentes, para salvar a vida dos outros”.
Já na missa do dia 18 de abril, o Papa fez uma oração aos agentes de saúde que cuidam das pessoas com deficiência que tenham sido infectados com o vírus: “rezemos por eles que estão sempre a serviço dessas pessoas com diversas habilidades, mas não têm as habilidades que temos nós”. Então, na mensagem pelo Dia Internacional dedicado aos Enfermeiros, em 12 de maio, Francisco descreveu assim a vocação deles: “aquela de ser bons samaritanos, que cuidam da vida e das feridas do próximo. Protetores e servidores da vida, enquanto administram os tratamentos necessários, inspiram coragem, esperança e confiança”.
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