Missa em privado - oração pela humanidade
Jackson Erpen - Vatican News
No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar no programa de hoje sobre “Missa em privado – oração pela humanidade”.
A humanidade passa por uma grande tribulação. A pandemia de coronavírus, como uma onda avassaladora, propagou-se pelo planeta, provocando milhares de contágios, mortes, aumento da fome e da pobreza, abalando a economia e obrigando as populações a encontrarem novas formas de viver um novo e inesperado cotidiano. Isso incidiu também na forma de celebrarmos nossa fé. Com as igrejas fechadas em muitos lugares, distantes dos Sacramentos, os fiéis viram-se obrigados a acompanhar as celebrações pelos meios de comunicação e pelas redes sociais. Em meio a esta nova realidade – ainda que passageira, assim o esperamos – surgiram diversos questionamentos, como nos fala no programa de hoje padre Gerson Schmidt *, na reflexão “Missa em privado – oração pela humanidade”:
“Estamos vivendo um tempo muito complexo, em que a pandemia obrigou a muitos sacerdotes e bispos celebrarem a Eucaristia de forma privada. Surge em nós diversos questionamentos: será que celebrar sem o povo é válido? Será que a Eucaristia assim celebrada tem a mesma eficácia? Precisamos recordar então o que aponta a SC, número 07: “Com razão, portanto, a liturgia é considerada como exercício da função sacerdotal de Cristo. Ela simboliza através de sinais sensíveis e realiza em modo próprio a cada um a santificação dos homens; nela o corpo místico de Jesus Cristo, cabeça e membros, presta a Deus o culto público integral. Por isso, toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau”(SC, 07).
Se celebro a santa missa, se rezo a Liturgia das Horas, mesmo em particular, não o faço apenas em meu próprio nome. É toda a Igreja que celebra, que eleva a prece ao Pai. As fórmulas que emprego não foram escolhidas por mim. É a Igreja que a põe em meus lábios. Portanto, é a Igreja que ora pela minha boca e meu coração, que fala e opera por meu intermédio, assim como o rei fala e opera por intermédio de seu embaixador. Eu sou então verdadeiramente, segundo a bela expressão de São Pedro Damião, a Igreja inteira. O sacerdote que celebra é um mediador entre o céu e a terra e reza por toda a humanidade, especialmente nesse tempo tão crítico e delicado em que vivemos. Não reza sozinho, mas com toda a Igreja. Não existe missa privada, portanto, mas missa em privado. E no número 26 da SC diz assim: “As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é “sacramento de unidade”, povo santo reunido e ordenado sob a direção dos bispos. Por isso, estas celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja, manifestam-no e implicam-no; mas atingem a cada um dos membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, dos ofícios e da atual participação”.
Por isso, a liturgia tem essa dimensão universal, global. Já não sou eu que faço as súplicas por mim, pela paróquia ou pelas intenções particulares. Mas é toda a Igreja que celebra, que canta e suplica a Deus, num grande hino de ação de graças. Reafirmamos o que disse o Concílio sobre a liturgia: “Por isso, toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau”(SC, 07). Toda a liturgia é uma obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja. Tem a eficácia de ser uma oração universal, por toda a humanidade que sofre e espera no Senhor. “
*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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