"A atual emergência sanitária confirmou mais uma vez quais são hoje as reais prioridades da humanidade hoje: a luta contra a pobreza, a promoção da paz, a implementação de projetos educacionais, ecológicos e de saúde e o desenvolvimento dos direitos humanos." "A atual emergência sanitária confirmou mais uma vez quais são hoje as reais prioridades da humanidade hoje: a luta contra a pobreza, a promoção da paz, a implementação de projetos educacionais, ecológicos e de saúde e o desenvolvimento dos direitos humanos." 

Gallager à AIEA: paz autêntica é baseada na confiança recíproca, não no poderio militar

“É necessário superar o clima de desconfiança que pode levar ao desmantelamento do quadro internacional de controle de armas”, reiterou o representante da Santa Sé na assembleia da Agência Internacional de Energia Atômica em Viena.

Vatican News

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A Santa Sé apoia e aprecia o empenho da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) por um mundo livre de armas nucleares e pela promoção do uso pacífico e seguro de energia atômica a serviço da humanidade. Foi o que reiterou o secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallagher, ao se pronunciar em 21 de setembro na 64ª assembleia geral do organismo em Viena.

“Esta pandemia sem precedentes lança uma nova luz sobre a interdependência entre as Nações e, em particular, sobre a necessidade de considerar a saúde como um bem comum primário, que requer solidariedade e uma ação coordenada em nível global, indicou Dom Gallagher, que então manifestou o apreço da Santa Sé pelas iniciativas da Agência, destinadas a promover a cooperação internacional nesta frente.

O secretário para as Relações com os Estados mencionou em particular a Ação Integrada de Doenças Zoonóticas (Zoonotic Disease Integrated Action - Zodiac), o novo projeto lançado no passado mês de junho de 2020 para uma abordagem sistemática e integrada das doenças infecciosas transmissíveis de animais para humanos, como ebola, zika, gripe aviária e Covid-19, com o objetivo de ajudar os Estados membros a detectar rapidamente e responder em tempo hábil aos surtos dessas doenças.

A atual emergência sanitária - prosseguiu Dom Gallagher - confirmou mais uma vez quais são hoje as reais prioridades da humanidade: a luta contra a pobreza, a promoção da paz, a implementação de projetos educacionais, ecológicos e de saúde e o desenvolvimento dos direitos humanos.

Para ser "autêntica e duradoura", a paz "não pode se basear num equilíbrio de poderio militar, mas na confiança recíproca" que é construída por meio de um diálogo, "sem polarizações e recriminações", e que "seja verdadeiramente voltado ao bem comum". Um diálogo que deveria envolver na medida do possível a todos: os Estados nucleares, assim como os países não equipados com armas atômicas, o setor militar e o privado, as comunidades religiosas, as sociedades civis e as organizações internacionais.

“É necessário superar o clima de desconfiança que pode levar ao desmantelamento do quadro internacional de controle de armas”, reiterou o arcebispo.

Os “sinais de erosão do multilateralismo e de uma ordem internacional baseada em regras” evocados pelo Papa Francisco no passado dia 24 de novembro em Nagasaki - em referência precisamente ao controle e proibição das armas atômicas - continuam a preocupar a Santa Sé, que também reconhece a ''importante contribuição” da AIEA por um mundo sem armas nucleares, mas também para melhorar os padrões de segurança no uso pacífico da energia atômica.

Ao concluir, Dom Gallagher expressou o apreço particular da Santa Sé pelo apoio oferecido pela AIEA à promoção das tecnologias nucleares no campo médico e aos países membros que utilizam a ciência e a tecnologia nuclear para monitorar as emissões e as mudanças ambientais nos oceanos e nos ecossistemas, reduzir as fontes de emissões de gases de efeito estufa derivados da produção de energia e do uso do solo e para se adaptar às novas realidades climáticas, como escassez de alimentos e água e perdas de ecossistemas.

Vatican News Service - LZ

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22 setembro 2020, 10:43