Henrique da Silveira Sardinha Pinto é embaixador junto à Santa Sé desde 2019 Henrique da Silveira Sardinha Pinto é embaixador junto à Santa Sé desde 2019 

Esforço dos países pelo desarmamento nuclear, que agrada o Papa, também veio do Brasil

Entre os quatro grandes temas tratados na audiência desta segunda-feira (8) entre o Papa e o Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, estava o das crises políticas no planeta. Ao tratar do desarmamento nuclear, porém, Francisco destacou satisfação pelo aumento no número de adesões dos países ao Tratado para a Proibição das Armas Nucleares, que “teve participação efetiva do Brasil”, afirmou em entrevista o embaixador do Brasil, Henrique da Silveira Sardinha Pinto.

Silvonei Protz, Andressa Collet - Vatican News

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Entre os representantes de mais de 180 países com os quais a Santa Sé mantém relações diplomáticas está o embaixador do Brasil, Henrique da Silveira Sardinha Pinto. O diplomata participou do encontro tradicional com o Papa Francisco nesta segunda-feira (8).

Em entrevista ao Vatican News, o brasileiro comentou sobre o discurso do Pontífice ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, quando apresentou “um fio condutor da política externa vaticana para este ano”. Antes apontar quatro grandes temas de reflexão, o Papa compartilhou “a grande notícia” de retomar as viagens apostólicas, que foram interrompidas por causa da pandemia, a começar pela viagem ao Iraque em março.

Em seguida, comentou o diplomata brasileiro, Francisco indicou “a linha que a Santa Sé deve seguir em termos de política externa”, através da análise de quatro pontos:

1. a crise sanitária – quando fez um chamamento para que o tratamento de pacientes positivos à Covid e a vacinação contra o vírus tenham um caráter universal, extensivo a todos;

2. a questão ambiental – quando renovou a preocupação com as mudanças climáticas;

3. a crise econômica-social – quando novamente trouxe o drama vivido pelos migrantes e refugiados, agravado pelas políticas internas e pela pandemia;

4. as crises políticas – quando destacou satisfação pelo Tratado para a Proibição das Armas Nucleares que, como afirma o embaixador, teve participação efetiva do Brasil.

“Na questão da crise sanitária, o que eu acho que foi mais relevante destacar, foi a chamamento que fez o Papa para que se proceda a um tratamento sanitário universal, extensivo a todas as pessoas, e também com relação a vacina: que seja facultada em todos os países, sobretudo aqueles com menor recursos econômicos. Em seguida, ele faz um levantamento sobre questões ambientais, sobretudo causadas pela mudança climática, e cita algumas regiões do mundo com as quais ele se preocupa particularmente, fala dos incêndios na Austrália e nos Estados Unidos. E renova, portanto, essa preocupação que é muito sua com as mudanças climáticas em todo mundo. Nas questões econômico-sociais, trata muito particularmente também de um tema que lhe é muito caro que a questão das migrações, dos refugiados, e aborda diferentes situações ao redor do mundo, onde populações têm sido afetadas por crises econômicas ou mesmo por questões políticas que provocam deslocamentos internos e refugiados. E, por último, trata das grandes questões políticas do planeta. Dentre elas, eu destacaria muito particularmente a referência que faz ao aumento no número de adesões do Tratado de Proibição de Armas Nucleares, que é um tratado do qual o Brasil teve participação muito efetiva e muito protagônica na sua concepção e na sua assinatura, na sua conclusão, e fala também da extensão por um novo quinquênio do New Start, entre os Estados Unidos e Rússia, que é também uma notícia auspiciosa que o Papa decidiu destacar.”

Ouça a entrevista na íntegra com o embaixador do Brasil

 

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09 fevereiro 2021, 14:42