Violência contra as mulheres, Cruz Serrano: chega de impunidade
Alessandro De Carolis/Raimundo de Lima – Vatican News
A violência cometida contra suas mulheres é um termômetro do grau de civilização alcançado por um país. Uma violência que desumaniza, rouba o presente e o futuro, e destrói a dignidade. O observador permanente da Santa Sé, monsenhor Juan Antonio Cruz Serrano, lembrou este conceito falando esta segunda-feira (22/11) aos delegados presentes na sessão especial da OEA, a Organização que reúne 35 Estados americanos, convocada em vista do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se celebra esta quinta-feira, 25 de novembro.
Contrastar uma cultura que faz da mulher objeto
O representante pontifício expôs a posição da Santa Sé sobre a questão muitas vezes evocada, e condenada, pelo Papa. "Não podemos olhar para o outro lado", disse monsenhor Cruz Serrano citando as palavras de Francisco, e a condenação, acrescentou o prelado espanhol, é para "todas as formas de violência, inclusive aquelas práticas que justificam ou promovem a violência contra as mulheres".
Infelizmente, lembrou ele, "uma das formas mais comuns de violência sofrida por mulheres e meninas é a violência sexual, como consequência, entre outras coisas, de uma cultura na qual elas são objetivadas, transformando-as e apresentando-as como um objeto de prazer que pode ser usado e descartado". E há a chaga do tráfico de pessoas, que na região representada pela OEA (Organização dos Estados Americanos), disse o observador permanente, "atinge principalmente mulheres e meninas. 87% das vítimas do tráfico de pessoas são destinadas ao tráfico sexual".
Valorizar a contribuição única dada pelas mulheres
O apelo do representante vaticano aos Estados é a não "tolerar que a vida de milhares de meninas e mulheres seja marcada e, em muitos casos, destruída por serem vítimas de violência". É necessário, disse com veemência monsenhor Cruz Serrano, "eliminar a impunidade por atos de violência" contra as mulheres, cuja manifestação, observou ele, "oferece, infelizmente, uma verificação do nível de humanidade e civilização da sociedade, de um povo, de uma pessoa". Por sua vez, prosseguiu, a Santa Sé "valoriza e promove a contribuição única e insubstituível da mulher, bem como sua dignidade mais profunda. Não só porque é uma fonte de vida, uma vocação sem a qual a humanidade não poderia realizar-se", mas também por sua contribuição única que enriquece nossa sociedade, a começar pelas instituições onde a mulher está presente, através de sua feminilidade.
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