Dom Gallagher pela Ucrânia: derrotados pela guerra, responsáveis pela paz
Gabriella Ceraso – Vatican News
"Reunidos em oração, imploramos a paz para a Ucrânia". Os fiéis presentes na basílica de Santa Maria in Trastevere em Roma na noite de quarta-feira (26) responderam ao convite do Papa Francisco, que havia rezado pela manhã durante a audiência geral, pedindo à cristandade que rezasse pelo país, para que a fraternidade pudesse prevalecer sobre o ódio e as ameaças no coração da Europa. "Que se calem os ventos da guerra, que as feridas sejam curadas, que homens, mulheres e crianças sejam preservados do horror do conflito": as orações dos fiéis foram recolhidas na reflexão do arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com os Estados, que presidiu a celebração. "Estamos em comunhão com o Papa para que toda iniciativa possa estar a serviço da fraternidade humana". Suas palavras destacaram antes de tudo a natureza dramática dos conflitos e a disparidade entre aqueles que os decidem e aqueles que os sofrem, entre aqueles que os executam sistematicamente e aqueles que sofrem a dor.
É escandaloso ver o sofrimento de tantas vítimas indefesas
Sabemos, observa Dom Gallagher, o quanto é dramática a guerra e o quanto são graves suas consequências: "Estas são situações dolorosas que privam muitas pessoas até mesmo dos direitos mais fundamentais". Mas ainda mais escandaloso, afirma, "é ver que aqueles que mais sofrem com os conflitos não são aqueles que decidem se fazer a guerra ou não, mas são sobretudo as vítimas indefesas".
Muitos conflitos cuidadosamente programados
Quanta tristeza - continua o prelado - na "laceração" de populações inteiras causada pela "mão do homem", por "ações cuidadosamente calculadas e realizadas de forma sistemática", e não por "uma explosão de raiva", ou "por catástrofes naturais ou eventos fora do controle humano".
Irmãos dos que sofrem e dos que causam sofrimento
Estes são cenários tão difundidos hoje em dia, observa Dom Gallagher, que não podemos deixar de reconhecer que estamos todos "derrotados" em nossa humanidade e que somos todos "co-responsáveis pela promoção da paz". Mas Deus nos fez irmãos e irmãs e, portanto, conscientes deste cenário e levando em nossos corações o drama dos "conflitos que dilaceram" o mundo, nos reconhecemos como irmãos e irmãs tanto daqueles que os causam quanto daqueles que sofrem suas consequências, e em Jesus Cristo apresentamos ao Pai tanto a "grave responsabilidade do primeiro como a dor do último". Para todos, invoquemos do Senhor o dom da paz.
Que a paz renasça nos corações, não esperando por acordos
Invoquemos a paz, mas - sublinha Dom Gallagher - "sem nos limitarmos a esperar que acordos e tréguas sejam alcançados e respeitados, mas implorando e nos comprometendo para que em nós e em todos os corações o novo homem possa renascer", unificado em Cristo "que vive em paz e acredita no poder da paz". A paz é contagiosa, repete ainda Dom Richard Gallagher, citando as palavras do Papa para o Corpo Diplomático, ela se espalha do coração daqueles que a desejam, para o mundo inteiro. Disto a invocação final: "Que o Espírito Santo faça todos os homens, especialmente os responsáveis pelas nações, construtores da paz".
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