Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais 

Cardeal Sandri na Romênia: trago o amor e a tristeza do Papa pela guerra

Entrevista com o cardeal Leonardo Sandri, que fala da sua viagem à Romênia e afirma que veio “para dizer obrigado a um povo que acolheu milhares de pessoas que fugiram da Ucrânia, de forma generosa, organizada e concreta”. "A fraternidade vivida aqui torna evidente a mensagem e o desejo de paz do Papa"

Gabriella Ceraso – Vatican News

O Cardeal Leonardo Sandri, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, se despede da Romênia, após quatro dias intensos, durante os quais levou a proximidade do Papa Francisco aos católicos do país e aos muitos refugiados ucranianos acolhidos com "uma maravilhosa generosidade". Estas são as palavras do cardeal argentino ao ser entrevistado pelo Vatican News. "Eu disse aos refugiados", destaca, "que o Papa está próximo e sofre pelo que está acontecendo e que não vê o fim". E que se ele ainda não veio "fisicamente à Ucrânia", a fraternidade da Igreja de Cristo, "torna sua presença evidente".

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Entrevista

Eminência, na Romênia o senhor teve muitos encontros e reuniu muitos testemunhos, de um povo de voluntários, organizações e instituições de acolhida. O que mais o impressionou até agora?

Em primeiro lugar, pude admirar a organização da Romênia, em todos os seus componentes, também estatal, mas acima de tudo, todas as igrejas e forças civis ativas, a Cruz Vermelha, nossa própria Cáritas e a Cáritas Internacional, a Ordem de Malta e os outros componentes religiosos, com a ajuda, por exemplo, de advogados chamados para proteger e guiar esses refugiados. Todos criaram uma maravilha de generosidade, organizada de tal forma que os refugiados, atravessando a fronteira da Ucrânia para a Romênia, encontraram imediatamente uma acolhida material e fraterna, uma acolhida que dava segurança e serenidade.


O senhor levou a todos a proximidade do Papa, não só com a oração, mas também concretamente... é isso mesmo?

Sim, chegamos ao centro de acolhida na fronteira perfeitamente organizado, com lugares dedicados às mães e crianças com seus jogos, assistência de todos os pontos de vista, saúde, legal e social. E também os transportes: isto me impressionou muito, porque não é apenas uma ajuda muito cordial e emotiva, mas uma ajuda organizada que deve ser admirada e seguida em situações assim difíceis. Levei a palavra de amor e proximidade do Papa e também um caminhão cheio de alimentos básicos. Demos metade para o centro de acolhida e a outra metade para as irmãs que transformaram sua casa de espiritualidade e retiro em uma residência para mães e crianças refugiadas. Assim, representei a presença do Papa com dons materiais, mas também lhes disse que eles devem saber que o Papa está próximo e sofre pelo que está acontecendo e que ele não vê o fim de tudo isso. Seu sofrimento pelas mulheres, crianças e idosos. Esta ajuda do Papa é, portanto, apenas um sinal de uma profunda amizade, compreensão e sofrimento do Pontífice e de todos nós.

O senhor levou a presença e a voz do Papa, que quer muito visitar a Ucrânia. As condições ainda não existem, mas o povo sente sua voz e sua presença viva? 

Sim, eles sentem isso porque verdadeiramente a Igreja, dentro da sociedade romena, tem estado na vanguarda, tanto a Igreja Greco-Católica quanto a Igreja Latina. Há uma série de estruturas da Igreja espalhadas no país e tudo o que é feito a nível eclesiástico é evidente. Assim, praticamente falando, este desejo do Papa de estar fisicamente presente na Ucrânia, se não puder ser verdadeiramente realizado, já é uma realidade graças à ajuda recíproca dos membros do Corpo da Igreja de Cristo. A fraternidade torna evidente a presença do Papa. Assim, todos sabem quais são os compromissos, palavras, ações do Papa, o que ele gostaria de fazer para encontrar uma solução e chegar à reconciliação.

 

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06 junho 2022, 11:36