EoF 2022: brasileira coordena aldeia sobre Políticas para a Felicidade
Silvonei Protz, Andressa Collet - Vatican News
Das 12 aldeias que constituem a Economia de Francisco, que começou nesta quinta-feira (22) na cidade italiana de Assis, está uma de tema inspirador: "as políticas para a felicidade", que promovam o bem estar das pessoas esquecidas diariamente. Na coordenação do grupo está uma brasileira, Tamiris Cristina Resende, entrevistada pelo nosso enviado ao evento, Silvonei Protz. Tamiris contou como os jovens são conduzidos por ela e seu sorriso, que transcende no hora de falar, expressando literalmente o objetivo de buscar a felicidade através da economia:
"Políticas para o desenvolvimento humano que consigam trazer o bem estar, o respeito à natureza, o desenvolvimento que seja justo, a atenção aos mais pobres e, principalmente, o olhar às pessoas que são geralmente esquecidas pela sociedade: as que sofrem de fome, de doenças já tratáveis e de abandono, as pessoas que moram nas ruas, aquelas que não conseguem ter acesso às políticas públicas - que estão principalmente no 'sul global', que inclui todos os países em desenvolvimento, como o Brasil, e que não tem voz e estão representadas em Assis."
A participação expressiva do Brasil
Justamente do Brasil, conta Tamiris, 100 jovens participam da Economia de Francisco, representando todas as regiões do país e com uma diversidade cultural, religiosa e econômica para mostrar ao mundo. Tudo envolvido com um espírito de muita fraternidade, respeito e amizade entre os jovens que já caminham juntos há três anos em preparação à Economia de Francisco, com o grande objetivo também de "informar as pessoas sobre a necessidade de mudar a economia":
"Nós trazemos a nossa vontade de transformar a sociedade e a necessidade de ouvirmos todos os países com as suas diferenças, assim como o Brasil que é muito miscigenado também: nós temos indígenas, pessoas pretas e de diversas religiões. Isso que trazemos para o encontro, uma comunidade muito diversa e rica, inclusive com empresários, trabalhadores e pesquisadores como eu, com visão acadêmica também para entender o que é preciso mudar dentro da sociedade."
É preciso 'pensar a economia'
Um grupo que além de trazer a sua bagagem também busca em Assis maior consciência econômica, que "questione o capitalismo e apresente alternativas para integrar as pessoas", sobretudo neste período de eleições no Brasil, explica ainda Tamiris, quando se torna mais necessário refletir sobre o que se quer realmente para o futuro. Um momento, enfim, muito importante para "pensar a economia", especialmente porque "temos atualmente 33 milhões de pessoas passando fome e vivendo em situação de insegurança alimentar".
"Isso também é preciso ser trazido para o debate, sobre o que nós podemos fazer. Somos um país rico, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, e temos pessoas passando fome. O que precisamos fazer? Precisamos reprogramar isso, precisamos fortalecer as políticas públicas de alimentação e agricultura familiar, como aquela alimentação até das escolas. Precisamos fortalecer as políticas públicas para essa agricultura de base. E se a gente olhar para as pessoas como irmãs, a gente respeita elas e também quer que tenham comida na mesa delas, com oportunidades de trabalho, por exemplo, como é próprio espírito de fraternidade que São Francisco de Assis nos ensina."
É preciso falar de economia mais do que nunca
Ensinamento que também virá do Papa Francisco que, no sábado (24), encontrará os jovens em Assis. Em primeira pessoa, desde que escolheu o seu nome, "assumindo a missão e a opção pelos pobres", e se compromotendo com eles todos os dias, comenta Tamiris, o Papa se tornou profético, então, ao convidar os jovens para a Economia de Francisco, "um movimento que nasce a partir do chamado de Jesus Cristo para São Francisco para reconstruir a Igreja, e nós somos chamados para reconstruir a economia a partir de um olhar para os mais pobres":
"Eu acredito muito que estamos sendo parte do legado do Papa Francisco. Desde que nos convidou em 2019, ele foi muito profético. Eu sou um dos primeiros jovens que disseram sim ao Papa. Aí teve a pandemia em 2020, o aumento da pobreza, e agora a guerra: e a gente precisa falar de economia mais do que nunca."
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