ONU: o apoio da Santa Sé às missões de paz e aos refugiados palestinos
Michele Raviart – Vatican News
A paz não é apenas "ausência de guerra" e só pode ser alcançada obtendo a justiça através do diálogo, buscando a reconciliação e o desenvolvimento recíproco. Neste contexto, citando a Gaudium et spes, o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Gabriele Caccia, enquadrou o papel das missões de manutenção da paz das Nações Unidas num discurso à Assembleia Geral da ONU sobre o assunto.
Um sinal de esperança
As operações de manutenção da paz são "um sinal de esperança", disse ele, porque somente através do trabalho conjunto as nações podem superar "a indiferença globalizada". O objetivo principal destas operações é a proteção da população civil, como exigido pelos Estados anfitriões, mas que muitas vezes carecem de meios ou da vontade política para garantir isto. Somente assim a operação terá legitimidade e credibilidade para ser aceita pelo povo.
Respeito pelos direitos humanos
Além disso, as sementes da paz só podem crescer onde a dignidade da pessoa pode florescer, e por isso a Santa Sé enfatiza de maneira positiva que a maioria das operações de manutenção da paz tem uma componente especializada no respeito dos direitos humanos. Também são apreciados os esforços para prevenir e erradicar os episódios de abuso e exploração sexual que ocorreram em alguns casos no passado. "Tais violações", disse dom Caccia, "não só violam a dignidade humana das vítimas, mas também reduzem a confiança entre as missões e as populações locais".
Preocupação com a falta de fundos para a UNRWA
Em outro discurso à assembleia geral, a Santa Sé expressou seu apoio à Agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos no Oriente Médio (UNRWA), em particular sua contribuição para a educação dos jovens refugiados. Dom Caccia então manifestou "preocupação com a grande e crescente falta de fundos da agência, que ameaça cortar ajuda aos que se encontram em situações mais vulneráveis". A falta de fundos também aumenta a pobreza entre os refugiados palestinos, fomentando um desespero que pode levar à violência.
Pesar pela jornalista palestina morta
A Santa Sé lamentou a escalada da violência na Palestina e em Israel e a consequente perda de vidas humanas. Em particular, foi expressa tristeza pela morte da jornalista católica Shireen Abu Aqleh em maio passado, com a esperança de que "esclarecendo a verdade" sobre sua morte, "sua família e os que lhe são próximos" possam encontrar um pouco de conforto.
Compromisso com o diálogo
A esperança é de que os líderes israelenses e palestinos possam ouvir um ao outro com seriedade e respeito, engajando-se no diálogo e na compreensão recíproca. A Santa Sé reiterou a importância de encontrar uma solução para a cidade santa de Jerusalém, pedindo um estatuto especial, garantido em nível internacional "dentro do qual as várias aspirações sejam compostas de forma harmoniosa e estável", para que "nenhuma parte possa se sobrepor aos direitos das outras".
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui