"A Igreja no mundo de hoje", uma reflexão sobre o Vaticano II que olha para o Ano Santo
Eugenio Bonanata - Vatican News
A reflexão que o secretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, seção para a educação, monsenhor Cesare Pagazzi, escreveu como parte da série "Cadernos do Concílio", desejada pelo Dicastério para a Evangelização como subsídio em preparação ao Jubileu de 2025, gira em torno da Gaudium et spes. Um tema quente", disse o prelado em uma entrevista à Telepace, refletindo sobre o caminho do livreto número 25 intitulado "A Igreja no mundo de hoje". Estas são páginas inspiradas na já mencionada Constituição conciliar que, precisamente, se detém na presença e no estilo da Igreja na dimensão contemporânea. Um tema", assinala ele, "que poderia ser bem expresso no momento mais íntimo e mais importante da vida da Igreja, que é a celebração da Eucaristia". É precisamente neste momento, que é o auge da celebração, que está contida a tarefa dos cristãos e da Igreja, que consiste em "testemunhar e recordar a presença amorosa e misericordiosa de Deus em toda parte".
Deus conforta como uma mãe
Este é um mandato exclusivo para os cristãos: de fato, é somente para eles que o repetem durante a liturgia celebrada em um lugar físico bem definido, como a Igreja. Entretanto, esta profissão de fé tem um caráter inclusivo. "De fato, repetimos: 'toda a terra está cheia da vossa glória'", observa o prelado, lembrando que a indicação prática para os leitores deste livreto é precisamente assumir em sua vida diária o estilo e comportamento inclusivo de Jesus.
Uma verdade que se torna ainda mais densa no contexto do Jubileu de 2025 que o Papa Francisco quis dedicar à esperança. Uma questão que ocupa um lugar central na Gaudium et spes, onde - aponta monsenhor Pagazzi - "fala-se também de tristezas e ansiedades". Podemos dizer, continua ele, "que aqui encontramos a visão católica da afetividade, que olha para o todo, para o completo e para o todo". Em outras palavras, até mesmo a tristeza tem um valor evangélico. E para entender isto, na esteira do capítulo 66 do Livro do Profeta Isaías, é oportuno recordar o papel da mãe que consola e amamenta a criança, mas ao mesmo tempo a desprende, causando-lhe inevitavelmente dor. Somente desta forma a criança aprenderá a brincar. E o mesmo se aplica no relacionamento com Deus, de acordo com monsenhor Pagazzi. Deus", diz ele, "nos consola quando nos mantém próximos, mas também nos consola quando se desprende, porque alimenta a esperança de que podemos conseguir".
Esperança mais do que fracassos
"Onde todos veem fracassos", diz o sacerdote, "os pais são os guardiões do 'você pode' e, portanto, da esperança". A cena é a bastante engraçada de mães e pais tentando em vão falar com seus bebês. "Eles estão certos de que mais cedo ou mais tarde aprenderão a responder", explica, ilustrando o paralelismo com o Jubileu de 2025. "Trata-se de contemplar durante um ano Deus que apesar de tudo diz 'você pode". Usando uma metáfora futebolística, é como se tivéssemos que chutar um pênalti decisivo, com os torcedores dizendo 'Você vai conseguir".
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