Sínodo na África: apelo por maior inclusão de mulheres, jovens e doentes
Andrew Kaufa - Addis Abeba
Divididos em grupos de dez, cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e jovens de toda a África se revezaram para contar o que experimentaram e aprenderam nestes dois ou mais anos do processo sinodal. "A sinodalidade foi bem recebida pela Igreja na África, pois já faz parte da maneira como fazemos as coisas aqui", expressou um grupo de países de língua inglesa durante a Assembleia Continental que está sendo realizada na capital da Etiópia, Adis-Abeba, até a próxima segunda-feira (6). A iniciativa faz parte do Sínodo sobre a Sinodalidade.
Inclusão e conversão
Ao mesmo tempo, foi reiterado o reconhecimento de que o processo sinodal encorajou a inclusão como uma forma de ser Igreja no futuro. "Acreditamos que a Igreja deve ser inclusiva em relação àqueles que se sentem negligenciados, particularmente as mulheres, os jovens e as pessoas com deficiências", disse o mesmo grupo de língua inglesa, expressando preocupação com o crescente fenômeno dos movimentos pentecostais.
"O processo sinodal é um bom exercício de inclusão que deve ser encorajado com um sentido de conversão". Também foi reiterado que "a Igreja pertence a todos nós": "os leigos estão assumindo a responsabilidade, eles são livres para tomar iniciativas para melhorar a Igreja. Obviamente, notamos que este é um processo contínuo, mas deve se tornar a forma de ser Igreja na África", afirmaram dois outros grupos de língua inglesa.
Um modelo mais participativo e de escuta
Por parte dos grupos francófonos, porém, os delegados apontaram a estrutura piramidal da Igreja como algo que deve dar lugar a um novo modelo mais participativo e de escuta da Igreja. "O processo sinodal deve ser abraçado como um modo de vida da Igreja. O envolvimento e o compromisso dos fiéis é um imperativo. A estrutura do processo sinodal nos chama a todos a sermos missionários, o que exige responsabilidade pela missão que nos foi confiada".
Outro grupo enfatizou que "a sinodalidade é um estilo da Igreja que também pode levar a um processo de reconciliação. Esta estrutura da Igreja pode só melhorar graças ao espírito de sinodalidade e abrir o acesso aos sacramentos para aqueles cristãos que estão impedidos de recebê-los, como o batismo e a comunhão".
O papel das mulheres e jovens
Em uníssono, os delegados expressaram a esperança de que o Sínodo revelasse algumas ideias sobre o papel das mulheres e dos jovens na Igreja do futuro: "As mulheres são membros-chave da Igreja; há muitos grupos de mulheres que estão sendo deixadas para trás e precisam ser capazes de compartilhar seus dons na Igreja e na sociedade. Além disso, os jovens reconhecem a Igreja como uma fonte de esperança. Eles pedem para ter a oportunidade de se expressar; eles não devem se calar sobre as forças negativas que afetam suas vidas".
Todos têm algo a oferecer
Outros aspectos que a experiência sinodal destacou na África são o pedido de promover uma espiritualidade de comunhão, a conversão das estruturas eclesiásticas através de movimentos cristãos que fortalecerão o sentido de pertença, evitando o risco do clericalismo. "Tudo isso necessita de uma nova catequese", enfatizaram os participantes da Assembleia Continental, reconhecendo que a jornada em conjunto, embora importante, "requer paciência, pois implica a implementação de reformas". "Todos", disse ainda um outro grupo, "têm algo a oferecer à Igreja e a sinodalidade exige comunicação constante, escuta mútua e o cumprimento pelos leigos de suas responsabilidades na Igreja e co-responsabilidade com os sacerdotes".
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