Processo vaticano sobre fatos de Londres aproxima-se de sua conclusão
Barbara Castelli – Vatican News
"Estamos na reta final". A expressão usada pelo presidente do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, Giuseppe Pignatone, dá uma ideia do tempo previsto para o processo sobre os investimentos financeiros da Secretaria de Estado em Londres. Durante a audiência de sexta-feira (12/05), na presença de, entre outros, os réus Fabrizio Tirabassi e Enrico Crasso, o cardeal Leonardo Sandri, substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado entre 2000 e 2007, foi o primeiro a usar da palavra.
Remuneração do Ubs para Fabrizio Tirabassi
O purpurado falou sobre as comissões oferecidas a Fabrizio Tirabassi pelo Banco suíço Ubs em transações financeiras realizadas pela Secretaria de Estado. O cardeal Leonardo Sadri confirmou a existência de uma procuração em favor do réu, datada de 26 de agosto de 2004. Havia a necessidade de um agente da Secretaria de Estado para poder interagir com esse banco - disse ele -, então essa procuração foi feita". No entanto, esclareceu, "uma procuração significa que o procurador não fará seus próprios interesses ou misturará seus negócios com os daquele que lhe deu a procuração". "Esperávamos ter nomeado um bom procurador – acrescentou -, estávamos convencidos de que tudo o que ele fazia com os bens da Santa Sé era para alcançar o melhor resultado para a Santa Sé".
O texto da procuração inclui uma cláusula referente a "descontos" fornecidos pelo Banco. No entanto, enfatizou o purpurado, imaginamos que eles eram "em favor de quem deu a procuração, não para si mesmo". Por fim, foi verificada a existência de uma licença em favor do réu para se registrar na Ordem dos Doutores Contabilistas, assinada pelo então chefe do Escritório Administrativo, monsenhor Gianfranco Piovano, e rubricada pelo cardeal.
Próximas audiências e prazos
No próximo dia 25 de maio, às 10h, será ouvido o cardeal Fernando Filoni, substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado entre 2007 e 2011. Para a mesma data, padre Mario Curzu, pároco em Bono, Sardenha, e diretor da Caritas Diocesana de Ozieri, também foi ulteriormente convocado. Uma audiência também está agendada para 26 de maio, durante a qual as últimas testemunhas serão interrogadas, incluindo aquelas solicitadas pelos advogados de defesa de Raffaele Mincione, à luz das novas acusações. O presidente do Tribunal também estabeleceu o prazo de 22 de maio para quaisquer outras investigações preliminares e 15 de maio para a apresentação final das consultas técnicas.
Durante a audiência, além de ouvir Roberto Lolato, assessor do Promotor de Justiça, também foi concluído o interrogatório de Gianluigi D'Andria, Investment & Structuring Team da WRM Capinvest. De fato, na quinta-feira (11/05), na quinquagésima sétima audiência, a reunião foi inesperadamente suspensa devido a "questões pessoais" envolvendo o presidente do Tribunal. A testemunha, entre outras coisas, havia falado sobre o Net Asset Value (Nav) do fundo Athena que era periodicamente enviado à Secretaria de Estado, para "dinâmicas de cortesia"; e sobre as relações em curso entre Raffaele Mincione e Gialuigi Torzi na empresa Aspigam.
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