Processo pelo Prédio de Londres, acusação delineia responsabilidades
Barbara Castelli – Vatican News
As circunstâncias em que o diretor geral do Instituto para as Obras de Religião negou o financiamento à Secretaria de Estado, "um pedido às escuras", e as posteriores intenções de inspecionar Gian Franco Mammì, tentando inclusive envolver a Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano. Esse é um dos episódios lembrados pelo promotor de justiça Alessandro Diddi para delinear as responsabilidades das quais monsenhor Mauro Carlino é acusado: extorsão agravada e abuso de poder. A sexagésima quinta audiência do processo sobre os investimentos financeiros da Secretaria de Estado em Londres, de fato, teve como protagonista o ex-secretário particular do substituto para os assuntos gerais, primeiro do cardeal Angelo Becciu e depois do arcebispo Edgar Peña Parra. Na sala multifuncional dos Museus Vaticanos, entre os réus, estava presente Fabrizio Tirabassi.
Acusações da promotoria passadas em resenha
Durante o quarto dia do requisitório, Alessandro Diddi falou de um verdadeiro "paradoxo", com um "plano oficial, representado nos documentos", e um "subjacente", "um plano de realidade paralela composto de e-mails, chats e conversas". O monsenhor Mauro Carlino era "um funcionário público", observou ele, e "tinha o dever de chamar a autoridade judicial": "aqueles 15 milhões poderiam ser bloqueados". O sacerdote de Lecce, portanto, de acordo com o que se depreende das investigações realizadas, embora tenha repetido "obsessivamente" que sempre agiu de acordo com "obediência, fidelidade e confidencialidade", na realidade teria "contribuído para uma extorsão".
Em seu pronunciamento, o promotor de justiça também se debruçou sobre o delito de publicação de documentos secretos, pelo qual Tommaso Di Ruzza, ex-diretor da então Autoridade de Inteligência Financeira, hoje Autoridade de Supervisão e Informação Financeira, parece ter sido responsável. A referência é às antecipações que saíram na revista italiana L'Espresso.
O promotor Gianluca Perone, por sua vez, tratou de esclarecimentos a respeito de uma série de acusações que recaem sobre Enrico Crasso, em suas atividades de gestão e consultoria financeira para a Secretaria de Estado: fraude, fraude agravada e falso material em ato público cometido por privado. O advogado Roberto Zannotti concentrou-se em outros delitos, relacionados a outros réus, incluindo lavagem de dinheiro, autolavagem de dinheiro e peculato agravado.
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