Sínodo. Cardeal Grech: "no processo atual, o povo de Deus é o sujeito"
Vatican News
"A Igreja é o santo povo de Deus. No atual processo sinodal, o povo de Deus se encontra como sujeito. Sobre a participação de todos em uma missão eclesial". Foi o que afirmou o cardeal Mario Grech, secretário geral do Sínodo dos Bispos, falando na assembleia reunida no centro de congressos do Santuário de Nossa Senhora das Lágrimas, em Siracusa, sul da Itália.
"Estou muito feliz por estar entre vocês neste momento do processo sinodal ao qual o Papa nos convocou para lançar as bases de uma Igreja capaz de comunhão, participação e missão", destacou o cardeal, lembrando que "o Sínodo sempre foi concebido como um processo que envolve apenas os bispos. Ou, mais precisamente, um grupo de bispos".
Sinodalidade como parte da "dimensão constitutiva da Igreja"
Ao invés, o Papa Francisco, "sem perder a dimensão episcopal do Sínodo", decidiu que o sujeito do percurso sinodal era o povo de Deus em sua totalidade. Um Sínodo "para o qual toda a Igreja é convocada em diferentes níveis, com o objetivo de envolver o máximo possível todos os batizados. A fim de ouvir sua voz e reconhecer nela e por meio dela a voz do Espírito Santo".
A sinodalidade, portanto, não como uma característica acessória, mas como parte da "dimensão constitutiva da Igreja".
Atenção especial aos marginalizados e excluídos
Na primeira etapa do percurso, a da escuta, o cardeal Grech lembrou como deveria ser o mais capilar possível "tentando alcançar aqueles que normalmente não gravitam em torno de nossos ambientes. Prestando atenção especial aos marginalizados e excluídos. Fomos bem-sucedidos? Fizemos alguma coisa, mas não o suficiente. Precisamos aprender a ouvir a todos: precisamos ter mais coragem e mais confiança".
Dias atrás, encerrou-se a primeira fase do Sínodo e abriu-se a segunda, articulada nas duas sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos:
Simplesmente ser Igreja significa ser povo de Deus
A Igreja é vista a partir de seus membros. "A pertença comum a esse povo e, portanto, a igual dignidade de todos os batizados, torna-se o ponto de chegada de uma eclesiologia renovada, baseada na multiplicidade dos ministérios e dos carismas".
"O Papa Francisco nos diz que a imagem da Igreja é a do santo povo fiel de Deus. Para o Papa, simplesmente ser Igreja significa ser povo de Deus".
Necessidade de um discernimento contínuo
O purpurado maltês também destacou que "somos uma Igreja incompleta. Precisamos de um discernimento contínuo".
"A esperança é que, por meio de um processo de mudança, seja possível promover sem pressa, mas também sem indolência, o amadurecimento de uma consciência eclesial. No Sínodo, a Igreja se esforçará para conhecer melhor a verdade. A verdade é encontrada, antes de tudo, na pessoa de Jesus Cristo, na Palavra do Pai, no Magistério, mas também no santo povo de Deus. O sensus fidei: colocar-se à escuta de Deus é realmente colocar-se à escuta do que o Espírito diz".
(com Sir)
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