Assinado acordo entre Santa Sé e instituição de ensino para promover a língua italiana
Vatican News
O acordo foi assinado nesta segunda-feira (27), em Roma, com o objetivo de garantir a formação linguística e cultural adequada para os funcionários da Santa Sé. A cerimônia foi precedida por uma conferência intitulada "L'Italiano della Chiesa" (O italiano da Igreja), e por discursos do arcebispo Edgar Peña Parra, substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, e de Andrea Riccardi, presidente da Sociedade Dante Alighieri, fundada em 1889. Além deles, ainda teve a intervenção de Rita Librandi, professora emérita da Universidade Oriental de Nápoles e pesquisadora de temas linguísticos eclesiásticos, e do embaixador italiano junto à Santa Sé, Francesco Di Nitto.
O italiano, língua de comunhão
Em seu discurso, dom Peña Parra citou o falecido Franco Frattini que, no L'italiano nella Chiesa fra passato e presente - uma publicação promovida pela Embaixada da Itália junto à Santa Sé - escreveu que "como italianos, não podemos deixar de reconhecer o papel que a Igreja desempenhou na difusão de nossa língua, que [...] agora assumiu o status de 'língua franca' da Igreja". Isso, afirma o prelado, é ainda mais verdadeiro hoje, já que em todas as Nunciaturas, mesmo nas Conferências Episcopais, em numerosos Institutos de Vida Consagrada, nos Movimentos Eclesiais e nas Comunidades mais recentemente fundadas, o italiano é a língua veicular. De fato, sugere ainda o substituto, "em uma Igreja cada vez mais internacional e sinodal, onde já está em andamento um processo que visa uma inclusão mais participativa, o italiano desempenha um papel essencial: ela é, gostaria de dizer, língua de comunhão".
Italiano, centelha da glória divina
De fato, freiras, religiosos, seminaristas e padres de todo o mundo falam esse idioma todos os dias, em seu trabalho pastoral, nas dioceses de toda a Itália, estudam-no profundamente nas universidades pontifícias e o utilizam em seus cargos de representação e nas interações formais entre a Santa Sé e o Estado italiano. Peña Parra menciona o que ele chama de "dois momentos genéticos" do idioma italiano: o Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis e, é claro, o próprio Dante na Divina Comédia. No primeiro exemplo, o texto exalta uma fraternidade universal na qual a língua se torna um canal de louvor e esperança. No segundo, o italiano é invocado pelo autor para expressar e transmitir a "centelha" da glória divina. E, de fato, conclui o prelado venezuelano, a língua italiana, "com seu rico vocabulário que vem tanto da poética quanto da vida cotidiana, parece testemunhar, com um senso inato de naturalidade, a genuína adesão ao verdadeiro, ao bom e ao belo".
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