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O presidente do Tribunal do Vaticano, Giuseppe Pignatone O presidente do Tribunal do Vaticano, Giuseppe Pignatone  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Processo vaticano: incongruências permitiram chegar à verdade, diz Pignatone

O Tribunal do Vaticano reuniu-se na manhã deste sábado na câmara do conselho. A sentença será proferida à tarde. O presidente reiterou que “a oitiva permitiu que surgisse, muitos elementos novos de avaliação” e que o Colegio sempre procurou garantir “o maior espaço possível às partes, especialmente à defesa”. Também um agradecimento a todos os que participaram no processo (incluindo os arguidos) “pela paixão e profissionalismo com que desempenharam a sua tarefa”.

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

O Colégio está convencido: “Fica confirmado que a contradição entre as partes é o melhor método para chegar à verdade processual e, permito-me acrescentar, para procurar aproximar-se da verdade sem adjetivos”.

O presidente do Tribunal vaticano, Giuseppe Pignatone, abre e conclui em poucos minutos a octogésima sexta audiência do processo judicial de gestão dos fundos da Santa Sé, reiterando a validade do processo que, pela sua amplitude e garantia de espaço e escuta de todas as partes, trouxe à tona "não poucos novos elementos de avaliação". O foi reconhecido nas réplicas da acusação, da defesa e das partes civis. “Não importa se confirma ou desmente a posição inicial da acusação”, disse Pignatone, expressando um agradecimento coletivo a quem trabalhou neste “processo certamente inusitado, pela complexidade quantitativa e qualitativa, para o Estado do Cidade do Vaticano".

Veredito será conhecido na parte da tarde

 

Na tarde deste sábado será dado o veredicto para os quatorze arguidos, dez pessoas físicas e quatro sociedades. De fato, o Tribunal já se reuniu na manhã  deste sábadon a Câmara do Conselho; o agendamento para o reinício é às 15h45 para o pronunciamento do dispositivo da sentença da qual, afirmou com uma brincadeira Pignatone, “não creio que todos ficarão felizes... É uma hipótese altamente improvável”.

 

Amplo espaço às partes

 

Antes de despedir os presentes na sala polivalente dos Museus Vaticanos – todos os arguidos hoje ausentes – o presidente do Tribunal vaticano quis reiterar o que definiu como “banais conceitos”, também em nome dos juízes que fazem parte do Colégio, Venerando Marano e Carlo Bonzano. Conceitos importantes, na realidade, para compreender em que perspectiva se moveu o processo judicial iniciado em 27 de julho de 2021.

“O Colégio - sublinhou Pignatone - sempre procurou, dentro dos limites consentidos ao intérprete pelo quadro regulamentar vigente, adotar interpretações e práticas operacionais que garantissem a efetividade do contraditório, assegurando o mais amplo espaço às partes e, em particular, às defesas. Neste sentido, registamos com satisfação o reconhecimento por parte de muitos defensores da sensibilidade e do compromisso do Tribunal nesta questão crucial”.

Os tempos dos debates

 

O processo chega assim à sua conclusão um ano e meio após o início efetivo das audiências, tendo em conta duas suspensões durante o período de férias e as dificuldades ligadas à pandemia de Covid-19, recordou ainda Pignatone, acrescentando: “Não me parece realmente como um resultado marginal, nem previsível."

Gratidão a quem colaborou no processo

 

Disto um agradecimento aos expoentes do Governatorato, ao pessoal dos Museus Vaticanos, da Gendarmaria, da Chancelaria e um obrigado também "aos jornalistas e agentes de informação, que - nas legítimas diferenças de posição - prontamente informaram a opinião pública do que acontecia no tribunal."

Em particular, Pignatone quis recordar do professor Gian Piero Milano, ex-promotor de Justiça, que por motivos de saúde só pôde participar na primeira audiência “de um processo que havia contribuído para instruir desde o início”. Pignatone destacou o “conhecimento refinado do direito canônico e do direito do vaticano e, mesmo antes disso, a sabedoria jurídica e humana” de Milano.

“Last but not least” (“Por último, mas não menos importante”), manifestou o seu agradecimento aos Promotores da Justiça, aos defensores das partes civis e também aos arguidos, “pelo empenho, estudo, paixão e profissionalismo com que desenvolveram – obviamente a partir de diferentes posições e perspetivas”– a sua tarefa, dando um contributo excepcional para a atividade que o Colégio realizou e ainda deve realizar”. “Quem me conhece sabe que não gosto de elogios, mas digo o que realmente penso.”

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16 dezembro 2023, 12:25