Nos EUA, Semana da liberdade religiosa. A defesa de uma escolha
Vatican News
Um evento nacional para reiterar mais uma vez a importância de tutelar a escolha confessional de cada um e agir nessa direção: é o que propõe a Conferência episcopal estadunidense com a Semana da liberdade religiosa que se realiza de 22 a 29 de junho, datas que revestem um particular significado.
De fato, segunda-feira, 22 de junho, celebra-se a memória litúrgica dos santos João Fisher e Tomás Morus, martirizados por terem rejeitado reconhecer a reivindicação do rei Henrique VIII de fazer-se chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Já na próxima segunda-feira, 29 de junho, se celebram os santos padroeiros de Roma Pedro e Paulo.
Uma intenção de oração para cada dia da Semana
O programa prevê várias intenções de oração que os bispos estadunidenses elaboraram estabelecendo uma para cada dia da manifestação: pela liberdade na assistência médica, na prática de culto, no respeito pelas minorias religiosas, pelos órfãos, pelas Igrejas de fronteira, pelas Igrejas de fronteira católicas, pela paz na República Centro-Africana e pela tutela da dignidade humana.
O primeiro dia é dedicado a “todos os cristãos que cuidam dos doentes e das pessoas vulneráveis” e, em particular, aos hospitais católicos engajados em numerosas causas legais interpostas por aqueles que pretendem “procedimentos nocivos, como a esterilização ou o aborto”.
As pessoas sejam livres de praticar seu culto sem restrições
“É impensável que se possa comprometer a missão de cura por parte da Igreja destruindo vidas inocentes e prejudicando as pessoas das quais somos chamados a cuidar”, ressaltam os bispos estadunidenses.
O dia 23 de junho tem como centro em sua programação a oração voltada para as pessoas de todos os credos, a fim de que “sejam livres de praticar seu culto sem medo de ataques e perseguições”.
Ataques à imagem de Deus não podem ser tolerados
O inquietante aumento dos assaltos contra os lugares de culto representa “um ataque à liberdade religiosa”, observa o episcopado, recordando as igrejas profanadas na Europa e na América do Norte, os atentados contra sinagogas e mesquitas, os muitos sacerdotes assassinados no mundo enquanto celebravam a liturgia: “Ataques à imagem de Deus que não podem ser tolerados”.
Os fiéis e as minorias religiosas na China estão, por sua vez, no centro do programa do dia seguinte, quando se rezará a fim de que essas comunidades possam “praticar a própria religião independentemente do controle do Estado”.
Cuidado para com as crianças é preceito evangélico
Quanto ao órfãos, no centro das orações do dia 25 de junho, os bispos recordam que “o cuidado com as crianças é um preceito evangélico” e exortam a apoiar todas as instituições católicas de setores que se encontram lutando contra organizações promotoras da identidade de gênero ou contrárias à religião, vez que as crianças devem sempre ser colocadas “em primeiro lugar”.
As Igrejas localizadas na fronteira sul dos EUA, onde se quer construir um muro anti-imigração, estão no centro das reflexões do dia 26 de junho em que se defende que a “liberdade da Igreja significa que ela não pode ser impedida pelas autoridades civis em sua missão, que inclui também o ministério em favor daqueles que fogem da violência e da pobreza”.
Educação é fundamental para a missão da Igreja
No dia sucessivo, dá-se amplo espaço às orações pelas escolas católicas, a fim de que lhes seja assegurada a liberdade de “ensinar a verdade sobre Deus e sua criação. A educação é fundamental para a missão da Igreja e as escolas católicas são instituições importantes de referência em muitos bairros, em benefício inclusive de quem não é estudante. Os EUA são inimagináveis sem elas.
O penúltimo dia da Semana da liberdade religiosa é dedicado à República Centro-Africana, com uma intenção de oração a fim de que o Estado “encontre o caminho da paz e da reconciliação”.
Movimento inter-religioso na República Centro-Africana
Além de ser “um dos países mais pobres do mundo”, ressalta-se, tem sido também devastado por anos de guerra civil que contrapõem os grupos rebeldes seleka, provenientes do norte prevalentemente muçulmano, e as milícias de autodefesa anti-balaka, reforçadas pelas comunidades rurais não muçulmanas.
Ademais, o conflito registrou o nascimento de um movimento inter-religioso que uniu católicos, evangélicos e muçulmanos em favor da reconstrução social nacional.
Todos são dignos do nosso respeito e dignos de ser ouvidos
A Semana da liberdade religiosa se concluirá com uma invocação a Deus a fim de “conceder-nos a graça de recordar a dignidade de todos”. De fato, hoje, sobretudo na política, se assiste a um confronto marcado pela “má vontade”, levada adiante com “uma linguagem muito dura em que não há vencedor”.
“Ao invés – concluem os bispos –, precisamos é de um diálogo honesto e civil. Isso significa que devemos tratar todos como dignos do nosso respeito e dignos de ser ouvidos.”
(L’Oservatore Romano)
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