Em carta, mais de mil deputados da UE alertam para anexação de territórios da Cisjordânia
Mais de 1000 deputados da União Europeia (UE), assinaram uma carta aberta na qual expressam sua oposição aos planos de Israel de anexar parte dos territórios ocupados na Cisjordânia e do Vale do Jordão. O texto, divulgado na terça-feira, 23, levanta "sérias preocupações" sobre o projeto e especula e fala de "consequências proporcionais" caso seja concretizada por seus apoiadores.
O plano de anexação deve começar a partir de 1º de julho, seguindo uma diretiva do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, um dos principais apoiadores do projeto. O chefe de governo quer estender a soberania de Israel sobre a parte da Cisjordânia onde foram construídos assentamentos judaicos.
Caso concretizado - com a aprovação dos EUA no contexto do controverso "Acordo do Século" - o governo de Israel acabaria por incorporar até 30% dos territórios reivindicados pelos palestinos, como parte de seu futuro Estado.
A carta, enviada por meio dos ministros das Relações Exteriores da UE, destaca que as anexações unilaterais de territórios poderiam ser "fatais para as perspectivas de paz entre israelenses e palestinos e colocarão em risco as normas básicas que regulam as relações internacionais".
Assinada por 1080 deputados de 25 países, a carta se insere no contexto de crescente pressão internacional sobre o plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para a região do Oriente Médio.
A iniciativa, relançada pelos eurodeputados, foi promovida pelo ex-presidente do Parlamento de Israel (Knesset) Avraham Burg, juntamente com outras três personalidades políticas do país, que sempre apoiaram a solução de dois Estados.
Também na terça-feira, manifestou-se o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que afirmou que a implementação do plano israelense-estadunidense – por ele definido como "calamidade" - teria efeitos "devastadores" nas conversações e esperanças futuras de paz. O líder da ONU também lança um apelo para que seja arquivado o projeto de anexação, que ele chama de "a mais grave violação do direito internacional".
Com Asia News
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