Sala de Imprensa confirma datas do encontro do Papa com indígenas canadenses
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
A Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou nesta quarta-feira que o Papa Francisco encontrará nos dias 28 e 31 de março cada uma das delegações dos povos indígenas canadenses, acompanhados por seus próprios bispos, para ouvir seus testemunhos.
Já no dia 1º de abril – precisa a nota do diretor, Matteo Bruni - a Audiência terá lugar na Sala Clementina do Palácio Apostólico, “com a participação conjunta das várias delegações e da Conferência Episcopal do Canadá, durante a qual o Papa poderá discursar.”
Em junho de 2021, a Conferência Episcopal do Canadá havia anunciado que o Santo Padre receberia de 17 a 20 de dezembro uma delegação dos povos indígenas canadenses. O encontro acabou sendo adiado duas semanas antes em função da nova onda de contágios do coronavírus.
"O Papa Francisco – escreveram na ocasião os bispos - está profundamente comprometido em escutar diretamente os povos indígenas, expressando sua proximidade sincera, abordando o impacto da colonização e o papel da Igreja no sistema escolar residencial, na esperança de responder ao sofrimento dos povos indígenas". O objetivo desta iniciativa é "promover encontros significativos de diálogo e cura".
De fato, a descoberta em maio de 2021 de centenas de sepulturas anônimas em terrenos de escolas residenciais para crianças indígenas na Colúmbia Britânica, provocou uma onda de indignação e revolta. Os restos mortais foram descobertos nas proximidades do que antes era a Kamloops Indian Residential School (“Escola Residencial Indígena Kamloops”), uma instituição pertencente à rede de escolas administrada pela Igreja Católica.
No Angelus de 6 de junho, o Papa Francisco disse acompanhar com tristeza as notícias sobre a “descoberta desconcertante dos restos mortais de duzentas e quinze crianças, alunos da Kamloops Indian Residential School na província de British Columbia.”
Unindo-se aos bispos canadenses e a toda a Igreja católica no Canadá, o Pontífice expressou na ocasião sua proximidade ao povo canadense, “que ficou traumatizado com a notícia chocante”.
“A triste descoberta – completou - aumenta ainda mais a consciência das dores e dos sofrimentos do passado. As Autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem a colaborar com determinação para esclarecer esta triste vicissitude e para se empenhar humildemente num caminho de reconciliação e de cura. Estes momentos difíceis constituem uma forte exortação para que todos se afastem do modelo colonizador e caminhem lado a lado no diálogo, no respeito recíproco e no reconhecimento dos direitos e dos valores culturais de todas as filhas e filhos do Canadá. Confiemos ao Senhor a alma de todas as crianças que morreram nas escolas residenciais do Canadá e oremos pelas famílias e comunidades autóctones do Canadá, acometidas pela dor. Rezemos em silêncio!"
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui